sexta-feira, 12 de março de 2010

Mudei

Voltei para meu antigo endereço e esse aqui eu não vou atualizar mais.

Meu endereço agora será apenas: www.marcilon.blogspot.com

sábado, 6 de março de 2010

Ave Maria

Ave Maria
Olhe para essa Terra
Terra com tantas desgraças
E tanta miséria
O Senhor não está conosco?
Bendita foste em teu fruto
E ante tantos pecados
Não rogue por nós
Predadores
Que em nossa hora da morte
Cerre seus olhos

Luanda, 06 de Março de 2010

Tristeza e solidão

Uma tristeza pode me dizer muita cousa
Porém eu não quero ouvir essa sua voz
Quero ser feliz ao menos um dia
Mas insiste em me falar junto ao meu ouvido
São tantas coisas a me fazer pensar
E me tiram poucas alegrias que recolho
Nem escolho em grande quantidade
E são bem simples assim
Louca tristeza sempre a me incomodar
Desvairada em suas verdades frias
Suas mortes muitas
E outras misérias que nem são minhas
Muitas vezes traz-me a solidão
Companheira de muitos colóquios
Ouça minha cara tristeza
Hoje sou eu quem lhe falo
Sei como é sua razão
Mas deixa comigo apenas a solidão
E continuo meu caminho
Outro dia eu vou lhe encontrar

Luanda, 06 de Março de 2010

Penso

Penso vários pensamentos
Mas não sei se penso quando penso
Se pensasse quando penso
Pensaria diferente desse meu pensar
Pensando bem, penso que não penso mesmo
mesmo quando penso que penso
em pensamento pensado
pensando sempre o que vou pensar


Luanda, 06 de Março de 2010

Revolução

Ouvi algo sobre mudanças,
boatos sobre um "front",
notícias de muitas mortes.
Disseram que vai mudar.
São boas novas,
são alvissareiras visões.
Muitos estão contentes.
Agora já são poucos a discordarem.
Agora já são poucos a se imolarem.
Agora já são poucos a se importarem.
É a revolução do bem,
é a revolução da verdade.
Pena que a verdade é tão diferente
naqueles corpos ensangues da guerra.
Pena que a verdade muda tanto
e assim tão rápido
como um projétil que perfura um crânio.
Ou uma vida, agora inerte.
A verdade não lhe ressuscitará
porque a verdade mente,
desde que ela já não lhe diz nada
ou nada serve aos seus ouvidos surdos,
sua voz calada e olhos cerrados.
Seu corpo vexado,
fechado para mais algum dia,
mais alguma guerra.
A revolução agora é dos vermes
e transformarão essa carne podre.


Luanda, 06 de março de 2010

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Silêncio

Já disse antes que o pesado som do silêncio me assusta
E que não sei o que se esconde atrás das portas
Podendo ser apenas outras portas
Mas nada disso preenche meus dias sorumbáticos
Minha solidão tão imprecisa e tão cheia de vozes
De meus poucos amigos
De minhas muitas saudades
Nada pode ser tão grande assim
Que eu não possa esquecer as outras tristezas
Nem sorrir próximas alegrias, que virão, eu sei
Mas esse silêncio pesa em meus ouvidos
Talvez ensurdeceu tantas vozes de outras eras
Ou simplesmente não querem mais dizer cousa alguma
Fico, então, apenas esperando que algo aconteça
Voz rouca
Olhar incerto
Sono impreciso
Mãos trêmulas
Mente absorta
Garganta seca
Alma moribunda
Como a de todos os outros santos e demônios
A esperar que alguma tragédia não anunciada
Não aconteça
E todos sejam felizes para sempre
E que esse silêncio tolo tenha algo a dizer


Aparecida de Goiânia, 19 de junho de 2009

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sinto saudades

A marca foi deixada como lembrança
E ainda me lembro bem daqueles dias tristes
E lembro exato aquele dia triste
Era dia sem cor, sem sol e sem chuva
Não havia luz alguma em meus olhos àquela altura
Via apenas a tristeza algures a me modificar
Não era assim uma mudança simples
Meus olhos não estavam secos
Antes, marejavam o mórbido momento inevitável
Nunca compreendi bem tais coisas
A vida tão breve e morte tão infinita
Esse fim anunciado e esperado eu o sabia há muito
E há muito o temia, pois força alguma iria colorir meu dia
Presença alguma trará aquela luz brilhando outra vez
Ausência é o que sinto todos momentos
E a dor da saudade aproxima o meu dia



Luanda, 23 de Abril de 2009


Em memória de minha mãe